terça-feira, 1 de junho de 2010

Nain


A porta é aberta bruscamente e a voz de Nain é escutada em toda a casa:
            -Pai! Os meridianos!...
            Nain é um garoto de nove anos e facilmente impressionável. Acabara de ter uma aula de geografia e nela, descobriu a existência dos meridianos.
            -Calma filho, fale mais devagar. Que história é essa de meridianos?.- falou Júlio, pai de Nain.
            -Pai, a professora disse que existem várias linhas imaginárias em volta da terra.
            -Exatamente.Os meridianos junto com os paralelos...
            -O quê?!Que história é essa de paralelos?!Ainda tem mais?!
            - A professora não falou dos paralelos?
            -Não sei. Quando ela falou desses tais meridianos, saí da sala e vim diretamente para casa.
            -Mas filho...
            Nesse momento o garoto anda pela casa como que procurando algo. Percorre os olhos por todo o local, vasculhando cada canto.
            -O que foi Nain?
            -Será que uma dessas linhas passa por nossa casa?Pelo meu quarto?!
            -São apenas linhas imaginárias...
            -Não sei. Podem estar escondendo algo de mim... Por favor pai, pode dizer a verdade, eu aguento.
            -Acho melhor você ir descansar no seu quarto. Depois continuaremos essa conversa.
            Nain não concordou muito, mas acabou indo para o seu quarto. Saiu andando bem devagar e olhando atentamente para todos os lados enquanto subia a escada. Tinha –se a impressão que tentava não esbarrar em algo.
            -Querido, estou preocupado com esse garoto.
            Laura, mãe de Nain, havia escutado toda a conversa, da cozinha. Mas deixou que os dois conversassem a sós. Agora chegava à sala.
            -Não se preocupe Querida. Devem ser essas comidas industrializadas que as crianças comem, que as deixam tão agitadas. Depois que ele descançar, irá esqueçer essa história de meridianos.
            Nesse instante, escutam-se passos rápidos descendo a escada. Era Nain, que agora chegava à sala com seu  livro de geografia na mão.
            -Pai, mãe,vejam,vejam!
            O menino mostra aos pais o livro. Na  página via-se um  desenho do mapa mundi.
            -Estão vendo?! São muitas dessas linhas pelo planeta! Se de repente acharem que são linhas demais e quiserem destruir algumas  e essas estiverem passando pela nossa casa! Podemos ser destruidos por mísseis ou algo parecido!         
            -Faça o seguinte,filho. Vá para o seu quarto e leia o capítulo em que fala sobre essas linhas imaginárias. Depois volte e me diga sua opnião.- falou Júlio.
            Depois de meia hora lendo o livro de geografia, Nain volta à sala.
            -E aí, o que achou?
            -É...acho que exagerei um pouco . Os meridianos e paralelos são só linhas imaginárias, que servem de orientação.
            -Está vendo como é bom conhecer algo, antes de tirar conclusões precipitadas.
            O garoto estava agora bem mais calmo.Entretanto, parece que esse conselho não iria servir por  muito tempo.
             Outro dia, Nain entra em casa correndo, aponta o dedo pro pai e grita:
            -Pai, saia agora desse sofá!
            Júlio, assustado, dá um pulo do sofá.
            -O que foi,agora,Nain?
            -Ele está coberto por bactérias! Na verdade, tudo está coberto por bactérias!
            -Deixa eu adivinhar... hoje você teve aula de ciências.

           

3 comentários:

  1. Apesar de Irônico, passa uma ótima ideia de como existem pessoas que tiram conclusões precipitadas, muito das vezes conclusões erradas (ou exageradas como no texto).
    :)

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  2. Rsrsrs...que fofoo o menino!! Qnd eu era criança ficava tentando ver planetas no céu! hauahuahauahaua
    Criança é genial mesmo.

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  3. rsrs muito bom!!!curti seu blog, tem uns posts legais! vou te seguir!
    se quiser acesse o meu http://artegrotesca.blogspot.com

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