segunda-feira, 29 de junho de 2015

Folhas incertas




Fazer do errado, certo
Que incerto
Na certeza do perto
Que longe não deu certo

Certamente não sei
Será que saberei?
Se uma folha cair de uma árvore
Cairá outra talvez?

Não sabemos
Talvez nunca saberemos
Se na incerteza vivemos
Na incerteza do talvez

sábado, 20 de junho de 2015

O pobre Paraguaçu



Numa rua insólita
Coberto de tinta azul
Caminha discretamente
O jovem Paraguaçu

Acordara cedo
Todo entusiasmado
Sem a mínima ideia
Do que lhe tinham preparado

Fora a casa
Da jovem Gabriela
Moça formosa
Eufemismo chamar de bela

Chegara a entrada da casa
Como o combinado
Porém não viu a moça
E ficou logo preocupado

À porta apareceram
Os irmãos de Gabriela
Disseram: pobre paraguaçu
Nós o chamamos
Não ela

E a tinta azul
Voou para todo lado
Jogada pelos garotos
Uma peça tinham lhe pregado

Estava agora assim
Todo azul
O coração, despedaçado
Pobre Paraguaçu

segunda-feira, 15 de junho de 2015

Dinossauros Flamejantes




Chego em casa todo animado
Tinha ido ao cinema
Assistir a um filme arretado

Muitos dinossauros
Uma mocinha sem saber o que fazer
Um herói determinado
E uma nostalgia que tanto teimava em aparecer

Mas de volta a rotina
Os pratos, na pia, estavam a me olhar
Esperando serem limpos
O macarrão também me esperava
“Venha me cozinhar”

E essa foi a questão
O problema foi justamente no fogão

O fogo, domesticado
Como um animal
Continuava tranquilo
O macarrão cozinhando e tal

De repente
O fogo decide se revoltar
Assim como os dinossauros no filme
As labaredas começaram a pular

Tal foi minha surpresa e admiração
Tive mais susto em casa
Do que no filme em questão

Autêntica fera descontrolada
Foi ganhando o lugar
O fogão agora
Estava a queimar

Com o auxilio de um amigo
Controlamos a combustão
O problema fora o excesso de água
Na panela do macarrão

Não sei se Spielberg
Aprovaria este roteiro
Não tem efeitos especiais
Mas o susto foi certeiro.